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24/11/2023 | 09h33 - Atualizada em 24/11/2023 | 09h34

Legislativo do Pará realiza o 1º colóquio entre Guiné-Bissau e a Amazônia Paraense

Reportagem: Carlos Boução

Edição: Andreza Batalha

A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) promoveu um colóquio entre a Amazônia Paraense e Guiné-Bissau, país da África, nesta quinta-feira (23/11) na sede do Poder Legislativo do Pará. O evento reuniu o prefeito de Bissau, Jústen Nozoliny; a deputada Lívia Duarte (Psol), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alepa; Jarbas Vasconcelos, secretário estadual da Igualdade Racial e Direitos Humanos do Pará; a professora Betânia Fidalgo, diretora da Escola Superior do Legislativo e reitora da Universidade da Amazônia; a professora Jaqueline Freire da UFPa, coordenadora da Rede Djumbai.

Diversos atores da sociedade civil participaram da reunião, pesquisadores, representantes da UFPA, da Unama, da Prefeitura de Belém, dos movimentos sociais, culturais e a representação de entidades do movimento negro paraense. O deputado Carlos Bordalo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Defesa do Consumidor, do Direito das Pessoas com Deficiência, da Mulher, da Juventude, da Pessoa Idosa e Minorias da Alepa, participou da reunião de forma remota, pois está em viagem parlamentar ao município de Cumaru do Norte, em uma aldeia Kaiapó.

Relações estabelecidas
"Esta reunião é a continuidade das relações estabelecidas pelos parlamentares estaduais paraenses, representantes do Governo do Estado e da academia, quando da viagem ao continente africano durante a I Missão Internacional "Ancestralidades, Direitos Humanos e Cooperação Solidária: Amazônia Paraense & Guiné-Bissau", falou a deputada Lívia Duarte no início da reunião.

Em sua fala, a parlamentar destacou a necessidade de estreitar o diálogo sobre a similaridade entre os povos amazônicos e o povo de Guiné-Bissau. "Destaco a nossa ancestralidade, os laços históricos, culturais e cooperativos que unem essas duas regiões". Ela espera com essas iniciativas, consolidar compromissos oficiais duradouros de solidariedade e colaboração entre o governo do Pará, o Poder Legislativo Estadual e o governo do país africano.

Construção de intercâmbio
O secretário Jarbas Vasconcelos, considerou que o colóquio foi um passo importante na construção do intercâmbio entre os povos. "Visitamos Guiné-Bissau e seus representantes estão agora retribuindo a visita no Pará e já, enquanto Governo, estamos começando a implementar este intercambio através do estabelecimento de políticas públicas", afirmou.

Vasconcelos informou que já teve a autorização da governadora em exercício, Hanna Ghassan, para a formulação de um projeto de memorial a ser instalado no Ver-o-Peso, cujo cais desembarcou cerca de 142 mil escravos africanos que vieram para a Amazônia e formaram os três estados do Brasil com a maior população negra, que são: Amapá, Pará e Maranhão, e que, na época da escravidão, formavam a Província do Grão Pará e Maranhão.

Para ele, esta conexão é necessária e aperfeiçoa a relação entre os povos e seus representantes e disse ainda que vai trabalhar para que Belém realize em 2024, um encontro preparatório a COP 30, reunindo todos os segmentos do Estado do Pará com o Estado de Guiné-Bissau. "Precisamos reunir o setor empresarial, a academia, a pesquisa, a formação, e os movimentos sociais para construirmos laços firmes de cooperação em todas as áreas", finalizou.

"Fiquei emocionado, foi uma volta às origens"
O prefeito de Bissau, Jústen Nozoliny, avaliou a realização do colóquio como um momento muito especial, difícil até de descrever. "Fiquei emocionado com as palavras iniciais da deputada, foi uma volta às origens, um retorno, uma aproximação e isto tem e deve continuar, foi um impulso para envolver nossos governos e entidades representativas dos Estados", considerou.

O prefeito, que lá também é o presidente da Câmara Municipal, disse que vai levar no coração muita alegria do que assistiu. E, em termos concretos, vislumbrar uma parceria com a Prefeitura de Belém e com o governo do Pará para a realização de trabalhos conjuntos entre Belém e Bissau para resgatar de forma positiva o passado que une as duas cidades. "Mas, de forma proativa, não esquecendo o passado, mas trabalhando para frente na expectativa de construção de ações sólidas que venham colaborar com as necessidades dos povos", disse.

Informou ainda que apoiou a candidatura de Belém para sediar a Assembleia Geral da UCLA em 2025, em um evento paralelo a COP 30, a Conferência do Clima que será realizada aqui na capital do Pará. A UCLA é formalmente conhecida como a Assembleia da União Africana de Chefes de Estado e Governo, é um dos órgãos de tomada de decisões dentro da União Africana, que possui 55 Estados Membro da União, que para qualquer decisão precisa de um quórum de 2/3 de seus membros.

Em sua exposição no início da reunião, o prefeito de Bissau, historiou o processo de decretação de independência unilateral de Portugal declarada em 1973, tendo sido em 1974, a primeira colônia portuguesa no continente africano a ter a independência reconhecida por Portugal.