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Alepa aprova vedação de homenagens a pessoas que tenham praticado atos de racismo no Pará
Reportagem: Andrea Santos
Edição: Dina Santos
Os deputados aprovaram na manhã desta terça-feira (22), onze Projetos de Leis. Uma das propostas, de nº 44/2022, é do deputado Miro Sanova, que declara o Clube de Futebol para Cegos do Pará como entidade de utilidade pública.
De autoria do deputado, Raimundo Santos, foi aprovada a proposição nº 53/2022, que institui o "Programa Estadual de Formação de Campeões do Breaking", para as Olimpíadas de 2024. O programa proporcionará condições necessárias para a prática da modalidade olímpica, com o incentivo, fomento e infraestrutura voltados ao seu desenvolvimento, atendendo a todas as normas do esporte em vigência. O programa em questão deve integrar e valorizar os grupos oficiais de praticantes existentes no Pará com a fixação de apoio logístico, acompanhamento técnico e de equipe profissional multidisciplinar.
"O Pará apresenta evidente potencial para ser a principal referência no Brasil do breaking, a nova modalidade olímpica a partir dos Jogos da França em 2024. O Estado reúne variados grupos consolidados de dançarinos de ambos os sexos - os "b-boys" e as "b-girls" - do mais alto nível, equipes que derivam de uma trajetória iniciada na década de 1980, o auge da prática inspirada em filmes norte-americanos que mostravam toda a habilidade e técnica desse tipo de arte de forte apelo social e que engloba e beneficia, sobretudo, jovens oriundos de áreas socialmente vulneráveis", disse o autor do projeto.
Atualmente, o Pará dispõe de vários nomes em destaque no cenário nacional e mundial do breaking, como o b-boy Leony Pinheiro, multicampeão. Ele levantou o titulo em 20 de fevereiro deste ano.
O histórico do breaking no Pará, com a influência da cultura hip hop, remete ao ano de 1984, quando surgiu a dança de rua que reflete liberdade e criatividade. Nestes 38 anos, Belém conta com registros de grupos em bairros como Providência, Terra Firme, Guamá, Jurunas, Canudos, Marex, Barreiro, Telégrafo, Pedreira, Sacramenta e o distrito de Icoaraci. A Praça da República, o Centro Arquitetônico de Nazaré e o Mercado de São Brás são pontos de treinos.
Nomenclatura - Como esse estilo de dança de rua surgiu nos Estados Unidos, muitos termos são em inglês, a começar para a nomenclatura oficial dos praticantes. Homens são chamados de B-boys e as mulheres de b-girls. Os americanos inclusive usam como verbo "breaking" ou "b-boying" para a ação de dançar. Outro termo importante é o nome propriamente da modalidade: o correto é breaking e não breakdancing. Também não se deve chamar quem dança esse estilo de "breaker".
Estilo livre - Outra curiosidade do novo esporte olímpico é a música como fator surpresa na competição. É o DJ quem escolhe o som que vai conduzir a batalha e é aí que a originalidade de cada um se destaca. Muitos decidem o que vão apresentar ali na hora, fazendo a apresentação de um jeito estilo livre, ou usando o termo americano, do jeito "freestyle".
O Breaking fez sua estréia olímpica nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires em 2018. Após o sucesso, foi escolhido para figurar no programa de esportes.
Legalmente, é proibido recusar ou impedir acesso a estabelecimentos comerciais, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador (reclusão de um a três anos); impedir que crianças se matriculem em escolas (três a cinco anos); impedir o acesso ou uso de transportes públicos (um a três anos); impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social (dois a quatro anos); fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo (reclusão de dois a cinco anos e multa).
Em que pese as garantias legais e conquistas do movimento negro, infelizmente a situação ainda não é a melhor no Brasil e no mundo, e a percepção de democracia racial é uma realidade muito distante. No Brasil, os casos de homicídio de pessoas negras (pretas e pardas) aumentaram 11,5% em uma década, de acordo com o Atlas da Violência 2020, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP. Outro número que justifica a afirmação em torno do racismo diz respeito aos homicídios de mulheres nessa década. Entre as vítimas não negras houve uma redução de 11,7%, ao mesmo tempo em que a relativa a negras subiu 12.4%. "Cada dia que passa temos que fortalecer a luta para tira o racismo da sociedade. Nosso mandato tem trabalhado para que haja mais cultura ani-racista", declarou deputado Carlos Bordalo.