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Comunicação e política, fake news e prestação de contas foram temas do Forma Alepa na Região Tapajós
Reportagem: Andrea Santos
Edição: Andreza Batalha
"Cidadania se constrói como informação. É fundamental ter informação para o respaldo de algo", a afirmação foi feita por Rodolfo Marques, professor do curso de Comunicação Social da Universidade da Amazônia (Unama) no segundo dia do Forma Alepa/Elepa Itinerante realizado na manhã desta sexta-feira (29), na região Tapajós, no município de Itaituba.
A palestra da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), por meio da Escola do Legislativo, iniciou por volta das 8h30h com o tema: Comunicação, imagem política e fake news.
A comunicação política ocupa, cada vez mais, um protagonismo dentro das discussões acadêmicas e nos pleitos eleitorais. As campanhas de candidatos, partidos e coligações buscam um suporte profissional da Ciência Política e do Marketing. A forma de divulgação de atores políticos e instituições, a comunicação política se insere no contexto da legitimação da sociedade, em especial a partir da premissa de que a cidadania se constrói como informação.
Comunicação política é um dos segmentos que mais se encaixam nas tendências atuais, principalmente com a difusão das mídias e redes sociais e com as mudanças recentes nas regras quanto à propaganda eleitoral no Brasil.
Procurar entender os mecanismos que geram as interações de políticos com os eleitores e, no decorrer dos mandatos, a prestação de contas e a transparência na esfera pública, tornam-se assuntos permanentes para o trabalho político.
"A Alepa reconhece a importância desse Estado ao expandir, pelas diferentes regiões, um serviço para servidores públicos, com diversas temáticas. Minha contribuição para esse projeto necessário da Casa de Leis é de pensar na comunicação política como algo permanente, o contato com as pessoas é preciso, mas com resposta com o eleitor, ainda mais quando há notícias falsas. Informação é a base da cidadania", afirmou Rodolfo Marques.
Com a popularização e acesso facilitado aos meios de comunicação, o conceito de fake news ganhou forma e gera notícias fraudulentas que circulam na Internet. O enfrentamento das fake news e da desinformação também é um elemento intrínseco do processo político e eleitoral atual.
Em 2018, o Instituto Mundial de Pesquisa (IPSO) divulgou um estudo intitulado: "Fake news, filter bubbles, post-truth and trust (Notícias falsas, filtro de bolhas, pós-verdade e verdade)", que revela dados importantes. De acordo com o levantamento, 62% dos entrevistados do Brasil admitiram ter acreditado em notícias falsas, valor acima da média mundial que é de 48%. Um outro estudo, consultado em junho de 2020, sobre o Relatório de Notícias Digitais do Instituto Reuters (Reuters Institute Digital News Report), mostrou que o WhatsApp é uma das principais redes sociais de discussão e troca de notícias no país, perdendo apenas para o Facebook. O levantamento apontou que 48% dos brasileiros que participaram da pesquisa usam o aplicativo como fonte de notícias, número bem superior comparado ao índice de países como: Austrália (8%), Reino Unido (7%), Canadá (6%) e Estados Unidos (4%).
As fake news crescem conforme o número de compartilhamentos. É necessário repassar informações verídicas e sempre se questionar caso veja uma manchete duvidosa. Notícias falsas espalham-se rapidamente e apelam para o emocional do leitor ou espectador, chamando atenção com títulos sensacionalistas e causando o consumo do material "noticioso" sem a confirmação da veracidade de seu conteúdo. Fake news traz consequências graves para toda população.
"Pontos de controle em prestação de contas", foi ministrado por Diego Martins Estácio, auditor de controle externo do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM/PA).
O propósito da prestação de contas assegura a transparência e a responsabilidade na administração pública, bem como dar suporte às decisões de alocação de recursos, promover a defesa do patrimônio público e, sobretudo, informar as pessoas, que são os usuários dos bens e serviços produzidos pela administração pública e principais provedores dos recursos para o seu funcionamento.
A prestação de contas anual das organizações do setor público deve proporcionar uma visão estratégica e de orientação para o futuro quanto à sua capacidade de gerar valor público em curto, médio e longo prazos, bem como do uso que fazem dos recursos públicos e seus impactos na sociedade.
"Trago ao público pontos que causam dificuldades nas prestações de contas. O TCM/PA entende que alguns municípios são distantes de Belém, mas o que buscamos com essa capacitação é ajudar, colaborar com o trabalho do gestor, mas é preciso contribuir com o prazo do TCM/PA", pontuou.
Um dos pontos que mais leva o gestor a ter a prestação de conta reprovada, de acordo com o palestrante, é o processo licitatório executado de modo errado.