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06/01/2024 | 08h00 - Atualizada em 05/01/2024 | 14h41

Vigia de Nazaré, a pérola do salgado, completa hoje 408 anos com show de Joelma e Viviane Batidão

Reportagem: Shirley Castilho

Edição: Natália Mello

O município de Vigia de Nazaré completa neste sábado (6) 408 anos. Para este dia de comemoração, a prefeitura promete um grande show com a cantora Joelma e Viviane Batidão. Fundada em 6 de janeiro de 1616, por Francisco Caldeira Castelo Branco - seis dias antes da capital paraense, Belém, é uma das cidades mais antigas da Amazônia, e tem muitos codinomes, como: "Atenas Paraense", "Pérola do Salgado", "Ouro Preto do Pará" e "Berço da Amazônia". 

Vigia é também conhecida por ser uma das cidades paraenses mais ricas em cultura, carregando a importância de ter o Círio de Nazaré mais antigo do Pará, reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado pela Lei N º 7.270/09. Localizada no nordeste paraense, região do Salgado, a 70 km de Belém e 55 km do Atlântico, tem 54,1 mil habitantes (Censo IBGE/2020) e é um dos municípios mais visitados permanentemente, conforme as estatísticas da Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico (Sinart).

A cidade é, ainda, constante pauta na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), em moções e requerimentos em prol do município, bem como na agenda do governo do Estado, que o incluiu, em 2023, no Programa Creches Por Todo o Pará. Os deputados Iran Lima (MDB), Ronie Silva (MDB) e Dilvanda Faro (PT) são algumas das vozes dos vigienses na Alepa. O deputado Ronie, por exemplo, teve aprovado recentemente seu projeto de indicação nº 164/2023, que sugere ao Poder Executivo, através da Secretaria de Estado de Transporte, a estadualização de rodovia vicinal que liga os municípios de Vigia de Nazaré e São João da Ponta.

Economia
Vigia é um município de grande relevância na região, que se destaca pela alta regularidade de vendas no ano e por apresentar novas oportunidades de negócios. O baixo potencial de consumo e o desempenho econômico são os pontos de atenção. O PIB da cidade é de cerca de R$ 476,8 milhões de reais, sendo que 46,1% do valor adicionado advém da administração pública; na sequência aparecem as participações dos serviços (28,7%), da agropecuária (21,8%) e da indústria (3,5%). Com esta estrutura, o PIB per capita de Vigia é de R$ 8,7 mil, valor inferior à média do estado (R$ 30 mil), da grande região de Belém (R$ 20,4 mil) e da pequena região de Belém (R$ 22,4 mil).

Pontos turísticos
O Poço dos Jesuítas é um monumento localizado na Rua das Flores que faz referência aos vários poços de água potável abertos em Vigia pelos padres jesuítas ao chegar na cidade. A preocupação era com o fornecimento de água de boa qualidade para utilização comunitária. Em torno do Monumento, que é um dos últimos poços mantidos no município, foi construída uma pracinha, reestruturada e reintegrada ao roteiro histórico de Vigia de Nazaré.

Praça Monumento Círio 300
Localizada na entrada da cidade, a Praça Monumento Círio 300 é uma homenagem ao Círio 300 de Vigia, ocorrido em 1997. O monumento central é um manto sobre uma canoa, simbolizando a Virgem de Nazaré, a qual chegou a este chão chamado Vigia, trazida pelos portugueses quando vieram colonizar o Pará em 1616.

Trem de Guerra
O movimento da Cabanagem, que se espalhou pelo interior do Pará em 1835, atingiu também a então Vila da Vigia de Nazaré. Para fugir dos cabanos que tentavam tomar o poder, as autoridades do Legislativo e os militares vigienses refugiaram-se no prédio denominado Trem de Guerra, moradia e local de trabalho do Juiz de Paz do município, João de Sousa Ataíde. O prédio, por guardar as armas e munições da guarda Municipal Vigiense, era também conhecido como Quartel.

Construído em taipa e cobertura em telha de barro, o prédio, com acesso pela Rua de Nazaré e pela Rua Visconde de Souza Franco, pertenceu posteriormente a Inocêncio Holanda. Mais tarde foi vendido a Jerônimo Magno Monteiro, que o desmembrou em duas edificações, residindo na parte da edificação da rua Noêmia Belém. A parte localizada à Rua de Nazaré foi vendida à Prefeitura. Em 1990, na gestão Noé Palheta, foi totalmente demolido e reconstruído com materiais contemporâneos, em alvenaria de tijolo, mantendo, parcialmente, as características arquitetônicas originais do Trem de Guerra.

Igreja de Pedras - Capela do Bom Jesus
A Capela do Senhor dos Passos (mais conhecida como a Igreja de Pedras ou Igreja do Bom Jesus) é um templo católico, construído pelos Jesuítas e indígenas em 1739, situado à beira do rio Guajará-mirim. Em 2019, a Capela foi tombada como patrimônio histórico e artístico municipal. Toda de pedra, a argamassa era produzida com areia, barro e cal de sernambi - ostra marinha, que era torrada, depois pilada para produzir o cal misturado à massa, acrescida de grude da gurijuba para dar consistência. 

Igreja da Madre de Jesus
A Igreja da Mãe de Deus, dedicada à Nossa Senhora de Nazaré, foi construída em estilo barroco, no século XVIII, e apresenta alvenaria de pedra, estrutura do telhado em madeira de lei, cobertura com telha de barro, frontispício formado por um corpo central e duas torres com campanários compostos por três janelões, sineiros de arco de meio ponto, e corpo central marcado pelo frontão que é composto de volutas simétricas (Museu Midiático, 2010). A igreja é tombada pelo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan) e encontra-se registrada no livro de tombo de belas artes de 14 de dezembro de 1954. Hoje a Igreja da Madre de Deus é um dos principais pontos turísticos da cidade de Vigia.

História
O município foi uma aldeia de índios, povoada pelos tupinambás, cujo nome era 'Uruitá'. O governo colonial transformou-a em um posto alfandegário, denominado Vigia, para fiscalizar e proteger, de contrabandistas, as embarcações que tinham como objetivo saquear Belém. Foi a prática de vigiar o posto que deu origem ao nome do município. Essa iniciativa fora a causa da formação do Povoado, que se elevou à Vila, em 1693.

Desse modo, permaneceu até a Independência do Brasil. Em 1698, Vigia obteve categoria de Município. Entretanto, o seu patrimônio territorial só veio a se formar em 1734, com a concessão da carta de data e sesmaria. A partir da lei Pombalina, decretada em 1761, os jesuítas foram expulsos do Brasil e Vigia foi elevada à Paróquia secular, sendo também criado um colégio secular. Por ocasião da Revolução da Cabanagem, ocorrida em 1833, na Província do Pará, o município de Vigia sofreu depredações. Esse movimento foi contido em 1836. Posteriormente, em 1854, Vigia recebeu a jurisdição de Cidade.