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13/09/2023 | 18h51 - Atualizada em 14/09/2023 | 09h51

Parentes de estudante baleada querem expulsão do PM da corporação e punição exemplar

Reportagem: Carlos Boução

Edição: Dina Santos

Familiares de Catharina Palmerin estiveram nas dependências da Assembleia Legislativa do Estado do Pará em companhia de lideranças de movimentos em defesa dos direitos das mulheres para pedir providências.

A estudante de 24 anos, que cursa o último ano de enfermagem na Unama, está em estado grave no Pronto Socorro Municipal por causa de um tiro da arma do 1º sargento da PM/BPE, 'quando ela' se defendia de agressão sexual.

Foi pedido aos parlamentares uma intervenção no sentido da realização de uma audiência com o secretário Wallame Machado, da Segurança Pública, e do delegado geral da Policia Civil. Serão enviados convites para o governador Helder Barbalho, Jarbas Vasconcelos, da Secretário Estadual de Igualdade Racial e Direitos Humanos; e outras instituições e representações da sociedade civil.

Pedidos de agilidade na apuração do caso e outras providências serão encaminhadas na audiência solicitada com as autoridades de segurança do Estado. Um abaixo-assinado está sendo colhido e este será, também, on-line, como sendo um manifesto de desagravo e uma moção pública de repúdio à violência contra mais uma mulher.

"Exigimos que a justiça seja feita e que o caso da Catharina sirva de exemplo. Não pode que uma família tenha uma pessoa na UTI, por tanto tempo, originado de uma violência praticada por um agente da Segurança Pública e a gente demorar para saber o que foi feito neste caso", falou na oportunidade a deputada Lívia Duarte (PSOL), que coordenou a reunião.

Deputada Lívia DuartePara a deputada Paula Titan (MDB), que também recebeu os parentes e lideranças de movimentos de mulheres, o pedido de justiça é ainda para que outras mulheres não sejam vitimas de outros atos violentos. "É preciso que tenhamos resposta e que esse movimento sirva de exemplo para que outras mulheres não sejam vítimas de atos violentos, de atos criminosos, principalmente praticadas por membros de instituições que devem proteger e têm que defender a população", manifestou sua indignação.

"A minha irmã, universitária, foi abusada em plena luz do dia, em um domingo, dia 3, em uma avenida super movimentada do Guamá, na Barão de Igarapé-Miri, quase de esquina com a José Bonifácio", relatou Débora Palmerin. Ela afirmou "que ele chegou a tocar nas partes íntimas durante a luta corporal, passou a mão", a estudante estava de saia.

No relato às deputadas, em uma reunião na sala VIP, após a sessão legislativa, Débora relatou que sua irmã saíra de casa para encontrar-se com amigos, iria ao cinema. Cenas registradas mostram o momento em que a universitária foi baleada. Ela estava na parada de ônibus. Nas imagens, é possível ver que Catharina Palmerin estava de pé. O sargento Artur dos Santos Junior aparece encostado em um carro. Inquieto, ele olha, como se tivesse observando a jovem, aproxima-se, fala algo, e ela sai de perto.

A Catharina lutou para não ser estuprada, ele tentou puxá-la para trás de uma barraca, que existe ali, inclusive tem uma obra naquele lugar, "ele tenta puxá-la, e ela resiste e entra em luta corporal", explicando a tentativa de defesa.

A família denunciou ainda, como estranhou a movimentação de viaturas da PM no Pronto Socorro e ontem, em frente à Câmara Municipal de Belém, quando foram denunciar a situação. "Nos sentimos intimidados", relatou Ana Cristina, tia da estudante.

Na reunião, estava ainda a vereadora Gisele Freitas, procuradora da mulher da Câmara Municipal de Belém. "Isto aqui é um esforço das instituições para que esse crime não fique impune", disse. Informou que o presidente da CMB, vereador John Wayne, também se comprometeu a interceder para a realização da audiência na SEGUP. "Queremos que ele seja expulso da corporação, e que sofra todas as penalidades legais", completou a vereadora.

Perguntada sobre a situação de saúde da estudante, a irmã disse que o quadro dela está estável. "Nós quase a perdemos na última quinta-feira, ela teve que passar por uma segunda cirurgia por conta de obstrução no intestino. Ele o dilacerou com a bala", informou também que ainda não estão descartada outras intervenções devido o quadro delicado em que se encontra.

O inquérito foi concluído nesta terça -feira (13) e a advogada da família, Gracilene Verneck, vem estudando os autos para outras providências.