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03/10/2024 | 14h29 - Atualizada em 03/10/2024 | 14h29

Alepa: conheça um pouco do Círio do Legislativo Estadual

Reportagem: Andrea Santos- AID - Comunicação Social

Edição: Natália Mello - AID - Comunicação Social

Olhares emocionados, cheios de fé e gratidão pelas graças alcançadas, totalmente voltados à Rainha da Amazônia. É nesse clima que, todos os anos, ocorre o Círio da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), instituído através da Resolução nº 09, de outubro de 2001. A normativa institui a quinta-feira anterior ao domingo do Círio de Nazaré de cada ano como a data de homenagem do Poder Legislativo à Nossa Senhora de Nazaré. O autor da Resolução é o ex-deputado Luiz Afonso Sefer.

Este ano, o Círio da Alepa celebrará sua 27ª edição no dia 10, quando será feita uma homenagem com a Comenda Legislativa “Mérito Nossa Senhora de Nazaré”, criada por meio do Decreto Legislativo n° 36, de 24 de outubro de 2001. A condecoração é entregue a personalidades que tenham prestados serviços a comunidades paraenses.

Mas a tradição surge bem antes dessas homenagens à Nossa Senhora de Nazaré.  Em 1995, a servidora Helena Coutinho, mãe do deputado, à época, Zenaldo Coutinho, presidente da Casa, fundou a Catequese. O objetivo era reunir servidores para evangelizar, e assim foi dado início às novenas em gabinetes, e na quinta-feira que antecede o Círio de Nossa Senhora de Nazaré acontecia uma missa no auditório João Batista. Esse momento único e vivenciado desde 1996 pelo sargento Luís Antônio da Silva entrou para a história do Poder Legislativo.

“Em 1997, quando o deputado Luiz Otavio Campos assumiu como presidente da Alepa, e Helena Moscoso como secretária legislativa, propus a eles a realização do primeiro Círio da Alepa. Foi autorizado e fizemos a primeira berlinda”, disse.

“Efetivemos as novenas como de costume e às 17h saiu do Gabinete Militar a primeira trasladação a caminho da igreja de São João Batista. No outro dia, numa quinta-feira, ocorria a missa, às 8h, e a imagem regressava novamente para a Alepa. Foi o primeiro Círio do Poder Legislativo e tive a honra de ser o idealizador, com todo apoio da Catequese da Casa (...). Por muitos anos, a procissão saiu em direção à Igreja de São João Batista e, com o tempo, o local ficou pequeno e passamos a celebração para a Igreja da Sé ou Catedral Metropolitana de Belém até os dias atuais", finalizou.

O Círio de Nossa de Nazaré é declarado Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Pará. O Projeto de Lei é de autoria do deputado Chicão (MDB). Reconhecer o Círio como patrimônio segue a máxima de que esta é a principal manifestação popular paraense, sendo a maior concentração pública de cidadãos e de mais efetiva ação de promoção do Estado em suas dimensões econômica, turística, cultural e religiosa.

Desde 2013, o Círio figura como Patrimônio Imaterial da Humanidade, declarado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), bem como por Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2004.

Círio de Nossa Senhora de Nazaré
Existem várias versões para o começo da devoção à Nossa Senhora de Nazaré, em Belém. Pesquisadores descrevem fatos que tentam explicar a origem, embasadas em documentos ou nas narrativas apresentadas ao longo da história. Em 1653, os Jesuítas iniciam a devoção à Nossa Senhora na cidade paraense Vigia de Nazaré. Apesar da origem ser atribuída àquele local, o Círio enquanto romaria foi instituído somente a partir da metade do século XIX.

Na cidade das mangueiras, Dom Frei João Evangelista, quinto bispo do Pará (1772 a 1782), que pertencia à Terceira Ordem Regular de São Francisco, transcreve em um manuscrito atribuído ao Convento de Santo Antônio dos Capuchos, em Portugal, sua conversa com Plácido José de Souza, sobre como teria sido encontrada a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, em 1700. 

De acordo com o documento histórico, o achado aconteceu no final de outubro, há poucos passos ao sul da estrada do Maranhão. O bispo relata que, à época, os pais de Plácido ainda eram vivos e que ao falecerem foram sepultados à margem do igarapé. Plácido imaginou que a imagem poderia ser de algum peregrino em viagem para o Maranhão, já que os viajantes paravam ali para beber água. Também poderia ser de algum cristão que, surpreendido pelos indígenas, fugiu sem levar a imagem.  

A casinha simples de Plácido, próxima ao ponto de água, era bastante procurada como pousada na estrada do Maranhão, e por isso muitas pessoas conheciam a imagem, que começou a receber ceras e outros donativos. Ele lamentava não ter recursos para preparar um oratório mais decente, mas, de acordo com o relato de Dom Frei João Evangelista, “o coração do humilde era o melhor abrigo para a Rainha dos Céus”.

O historiador Almeida Pinto confirma a existência do manuscrito, acrescentando que em 1773 foi iniciada a construção da segunda ermida por Plácido, com a primeira pedra abençoada pelo prelado.

Programação do Círio da Alepa
Dia 9/10 – Novena no gabinete militar, às 9h, logo após a imagem de Nossa Senhora de Nazaré da Alepa é levada ao hall de entrada da Casa, onde será colocada na Berlinda e segue em trasladação até a Igreja da Sé.

Dia 10/10 – Missa às 8h na Igreja da Sé, em seguida a Berlinda segue por algumas ruas da Cidade Velha até a Alepa. Às 10h, está prevista chegada da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré dá-se início a Sessão Solene. 

Este ano o Círio e Nossa Senhora de Nazaré tem como tema: Preservar na oração, com Maria, Mãe de Jesus.