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20/10/2025 | 16h27 - Atualizada em 20/10/2025 | 16h27

Lançamento da campanha "Natal Sem Fome" no Pará põe o combate à insegurança alimentar em pauta

Reportagem: Carlos Boução- AID - Comunicação Social

Edição: Andreza Batalha- AID - Comunicação Social

Uma sessão especial, realizada no auditório João Batista, na sede do Poder Legislativo, marcou oficialmente o lançamento da Campanha "Natal Sem Fome" no Estado do Pará e comemorou o Dia Mundial da Alimentação, celebrado mundialmente em 16 de outubro. A data foi instituída pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), uma agência especializada da ONU com sede em Roma.

A sessão foi promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Alepa e pela Ação Cidadania, uma ONG com atuação em todo o Brasil. Fundada em 1993 pelo sociólogo Betinho, a organização mobiliza a sociedade civil para a missão de erradicar a fome no país, por meio dos respectivos comitês da Ação da Cidadania, formados por voluntários e voluntárias nos estados da Federação.

Estiveram presentes autoridades, representantes da sociedade civil e lideranças de movimentos rurais. Em suas falas, todos convergiram na necessidade de mobilização do Poder Público e das lideranças sociais para fortalecer iniciativas que visem combater a insegurança alimentar e nutricional e garantir dignidade às famílias em situação de vulnerabilidade, para que, neste Natal, possam vivenciar momentos de dignidade, acolhimento e esperança. 

Para o deputado Carlos Bordalo, coordenador da reunião, que ressaltou a importância do governo federal em colocar o combate à fome como uma questão de Estado e não de caridade: “Depois de anos de retrocessos, o Governo Federal recoloca a segurança alimentar e nutricional no centro do projeto de desenvolvimento nacional, reafirmando que não há democracia plena quando há brasileiros com fome”.

Em 2023, segundo o relatório da ONU, a insegurança alimentar severa caiu para 1,2% da população brasileira. Conforme dados do IBGE, em 2023/2024, a proporção de domicílios em condição de insegurança alimentar grave passou de 4,1% para 3,2% no país. Em 2024, mais de 2,2 milhões de domicílios saíram da insegurança alimentar no Brasil: a proporção de domicílios em alguma forma de insegurança caiu de 27,6% para 24,2%.

O Estado do Pará, no entanto, aparece como aquele com a maior proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar nos três níveis (leve, moderada, grave): 44,6% dos domicílios, segundo levantamento de 2024/2025. No grau mais grave de insegurança alimentar (fome efetiva ou risco extremo), o Pará registrou cerca de 7,0% dos domicílios. Esses números revelam que, apesar dos avanços em âmbito nacional, em nossa região há famílias que não têm acesso pleno à alimentação adequada e que chegam ao Natal com o risco de maior vulnerabilidade. 

A sessão contou com três exposições. O professor Mário Tito do INCRA abordou o tema "Segurança Alimentar: um compromisso com a vida e a dignidade" e ressaltou que a alimentação é um direito essencial. “E sua negação representa retirar o direito à vida”, afirmou. Socorro Lopes, por sua vez, discorreu sobre a “COP30 e Sustentabilidade Alimentar”, destacando a grande significação da Conferência do Clima ser realizada na Amazônia. “Tem a perspectiva de superar os compromissos estabelecidos no Acordo de Paris e no Protocolo de Quioto”, expôs. Por fim, Rubens Cordeiro, da Secretaria Estadual de Assistência Social, Emprego e Renda – Seaster, apresentou o Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional. 

Ao final, José Oeiras, embaixador da 'Ação da Cidadania na Amazônia’, falou sobre o papel de cada um na luta contra a fome. 

"Participar da campanha Natal Sem Fome é um gesto de esperança. Cada cesta, cada ação, faz uma diferença na vida de quem mais precisa”, argumentou. E convocou os representantes da sociedade organizada, setores públicos e particulares na busca por uma sociedade mais justa, solidária e livre da fome.