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17/03/2025 | 14h26 - Atualizada em 17/03/2025 | 14h27

Câncer de colo de útero é a 1ª causa de morte de mulheres por câncer na região Norte

Reportagem: Dina Santos- AID - Comunicação Social

Edição: Andreza Batalha- AID - Comunicação Social

O câncer de colo de útero é o quarto tipo mais letal entre as mulheres no Brasil, mas na região Norte ocupa o primeiro lugar. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença tira a vida de cerca de 7 mil brasileiras por ano, e a taxa de mortalidade no Norte é mais que o dobro da média nacional. O principal fator para esses números alarmantes é o diagnóstico tardio, já que muitas mulheres são diagnosticadas em estágios avançados ou com a doença já em metástase.

A incidência também preocupa: são estimados 17.010 novos casos de câncer de colo de útero por ano no Brasil, sendo o terceiro mais frequente entre as mulheres. No Norte, no entanto, ocupa o segundo lugar, com previsão de aproximadamente 780 novos casos no Pará e 110 em Belém até o final de 2025.

Prevenção em foco

Diante desse cenário, a campanha Março Lilás se destaca como uma importante iniciativa de conscientização e prevenção. Na Assembleia Legislativa do Pará, o tema tem sido recorrente, resultando em propostas como a lei que institui a Semana Estadual de Prevenção ao HPV e ao Combate ao Câncer de Colo de Útero.

A deputada Ana Cunha (PSDB), médica ginecologista e obstetra em seu sexto mandato, lembra que ainda em sua primeira legislatura criou a Semana de Atenção à Orientação e Coleta do Papanicolau, ampliando o acesso das mulheres aos serviços de prevenção e tratamento.

A implementação de políticas públicas voltadas à prevenção é fundamental, não apenas para garantir o diagnóstico precoce, mas também para reduzir os custos de tratamento quando a doença é identificada em estágios iniciais.

Diagnóstico precoce e a importância da vacinação

O HPV é o principal responsável pelo câncer de colo de útero, causando cerca de 90% dos casos. O vírus também está associado a outros tipos de câncer, como os de boca, orofaringe, vulva, pênis e canal anal.

Estudos recentes da King's College, de Londres, mostram que a vacina contra o HPV pode reduzir em 87% a incidência do câncer de colo de útero quando administrada na infância, demonstrando ser a ferramenta mais eficaz no combate à doença.

Metas da OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu metas globais para erradicar o câncer de colo de útero até 2030:

  • Vacinação contra o HPV para 90% das meninas e adolescentes de até 15 anos;

  • Exame Papanicolau para pelo menos 30% das pessoas com útero de 25 a 65 anos;

  • Tratamento no estágio inicial do câncer para 90% da população.

Recentemente, a OMS acrescentou a meta de ampliar a realização do teste molecular para detecção do HPV pelo DNA, um exame quatro vezes mais eficaz na identificação de lesões precursoras.

A ginecologista Mary Valente reforça a importância dessas ações: “Se conseguirmos vacinar em massa contra o HPV, incentivar o uso de preservativos e garantir que as mulheres com mais de 25 anos realizem exames preventivos anualmente, estaremos no caminho da erradicação do câncer de colo de útero”, destaca.

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roteção e informação

No Brasil, a vacina tetravalente contra o HPV está disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos entre 9 e 14 anos. A faixa etária foi escolhida devido à alta produção de anticorpos nessa idade e à possibilidade de imunização antes do início da vida sexual.

Mary Valente alerta para a necessidade de informação: “Não se trata apenas de prevenir doenças sexualmente transmissíveis, mas de proteger contra o câncer. Pais e mães precisam entender que vacinar seus filhos é garantir um futuro mais saudável para eles”.