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Na Alepa, obra musical de Fafá de Belém é declarada Patrimônio Cultural do Pará
Reportagem: Andrea Santos- AID - Comunicação Social
Edição: Natália Mello - AID - Comunicação Social
Maria de Fátima Palha de Figueiredo possui 30 álbuns gravados e 15 milhões de discos vendidos. Seus estilos musicais incluem o fado, o sertanejo e a música romântica. Fafá de Belém foi anunciada como Enredo da Escola de Samba Império de Casa Verde no Carnaval de 2024 com o tema: Fafá, a Cabocla Mística em Rituais da Floresta. A obra tem a autoria do Carnavalesco Leandro Barboza e pesquisa do enredista Tiago Freitas.
Dona de uma das mais expressivas vendagens de discos no mercado nacional, presença constante nas paradas de sucesso e à frente de uma agenda cheia de shows, nos últimos anos, Fafá de Belém conquistou o posto de estrela da canção popular paraense. Das feiras de agropecuária no interior do país e shows em praça pública, até em temporadas no eixo Rio – São Paulo, incluindo o Cassino Estoril, em Portugal, Fafá de Belém é sempre vitoriosa.
“Fafá é marca nacional, marca nacional de alegria com aquela gargalhada estrondosa que é capaz de levantar os ânimos de qualquer um. Fafá de Belém é símbolo nacional de saúde, da bela mulher brasileira, rato de liberdade, sinal de um movimento político que fez milhões de brasileiros se emocionarem com sua interpretação do hino pátrio. Fafá de Belém e da Amazônia”, declara Livia Duarte, que completa ainda: “Fafá de Belém demonstra o valor social e cultural que representa. Sua obra é digna de ser reconhecida como patrimônio histórico-cultural paraense. Leva a cultura do paraense para os quatro cantos do mundo e destaca os ritmos e danças tão característicos do nosso Estado”, evidenciou.
Em 1976, Fafá lançou o primeiro LP, Tamba Tajá. Seu canto seduziu até o demolidor crítico de música brasileira do Jornal do Brasil, o temido José Ramos Tinhorão, que se derramou em elogios à jovem artista, apontando-a como "uma cantora destinada a figurar no primeiro time da atual geração de grandes intérpretes brasileiros". O álbum seguinte, "Água" (1977), confirmava todas as previsões: atingiu cerca de 95 mil cópias vendidas.
Embora jamais tenha pensado em ser cantora profissional, desde os 9 anos de idade, Fafá de Belém era uma atração nas festas promovidas pela família ou nas casas de amigos. Apesar de menina, interpretava como gente grande "Ouça", sucesso de Maysa, ou "Eu e a Brisa", de Johnny Half. Era uma garota que, como os da sua geração, amava os Beatles, era fã de Roberto Carlos e da turma da Jovem Guarda, mas era também fascinada por jazz, música clássica e se emocionava ouvindo os grandes cantores de rádio, como Cauby Peixoto, Angela Maria, Núbia Lafayette e Orlando Silva.
O amplo leque de sua formação musical está refletido na seleção de seu repertório. Ela gravou de tudo. Música regional, pérolas do cancioneiro popular, como "Que Queres Tu De Mim", de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, ou "Você Vai Gostar" (Casinha Branca) de Elpídio dos Santos. Rock, boleros, ritmos caribenhos, guarânias, afoxé, lambadas, sambas-canções, composições dos grandes nomes da MPB, marcha-rancho, sertanejo e muitos outros ritmos. Sem falar da polêmica apresentação que a musa das diretas deu ao Hino Nacional, contestada pela Justiça e ovacionada pela plateia, cada vez mais numerosa de seus shows.
Foi a partir da decisão de virar a mesa e deixar o coração falar mais alto que Fafá tocou no fundo da alma brasileira. Sua trajetória foi marcada pela determinação que a caracteriza, os anos de estrada, uma forte intuição e o sucesso absoluto de canções escolhidas a dedo pela própria cantora em determinados momentos de sua vida, como "Bilhete", de Ivan Lins e Victor Martins, que a fez romper o silêncio de um ano, em 1982.
Ou "Memórias", de Leonardo, popular compositor pernambucano, responsável pela venda de meio milhão de cópias (Disco de Platina) do álbum "Atrevida". Fafá atingia, então, o auge de sua carreira, sobretudo como cantora romântica. Uma trajetória assombrosa, mas nada que surpreenda quem bem a conhece e às suas aparentes contradições. Não foi à toa que interpretava, com tamanha emoção e propriedade, os versos de um dos maiores sucessos de sua carreira, "Dentro De Mim Mora Um Anjo", de Sueli Costa e Cacaso.
Além do mais, outros dois projetos sobre Patrimônio Cultural foram aprovados: o Projeto de Lei nº 175/2024, do deputado Iran Lima (MDB), que declara como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Pará a Praia do Pesqueiro, no município de Soure; e o PL nº 223/2023, de autoria do deputado Wescley Tomaz (Avante), que declara a Atividade do Garimpeiro integrante do Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará. O autor da proposição apresentou emenda aditiva sugerindo que a proposta passasse a se chamar Lei Garimpeiro José Garcia Vieira. A emenda aditiva não foi acatada, permanecendo a proposta de origem.