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Notícia

25/07/2024 | 09h37 - Atualizada em 25/07/2024 | 09h38

27 de julho é o Dia Mundial do câncer de Cabeça e Pescoço. Saiba mais sobre a doença

Reportagem: Dina Santos- AID - Comunicação Social

Edição: Andreza Batalha - AID - Comunicação Social

A campanha Julho Verde chama atenção para o aumento dos casos de Câncer de Cabeça e Pescoço. No próximo dia 27, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização sobre a doença, que pode afetar até 18 áreas diferentes nas regiões da cabeça e do pescoço. 

Cerca de 40 mil novos casos de câncer na região da cabeça e pescoço são diagnosticados por ano segundo a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Cavidade oral e laringe são as áreas mais afetadas. Representam 7,9% de todos os novos casos de câncer no Brasil. Os dados reforçam a importância do Julho Verde, mês de combate ao câncer de Cabeça e Pescoço.

 

Na mulher, o câncer de cabeça e pescoço mais frequente é o de tireoide. Entre os homens, os tipos mais comuns são os tumores de boca e garganta (cavidade oral e laringe). O câncer de cabeça e pescoço também é comum na pele da face do pescoço, na faringe, nas glândulas salivares, nos seios paranasais e outros locais.

 

O consumo de álcool e o tabagismo são grandes fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço. O hábito de beber e fumar pode multiplicar em até 20 vezes a possibilidade de uma pessoa saudável desenvolver a doença. Contudo, a infecção pelo HPV (papilomavírus humano) tem contribuído com o aumento na incidência desse tipo de tumor nos últimos anos.

 

Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), há 30 anos, os tumores de cabeça e pescoço eram mais comuns em homens, com mais de 50 anos, e tinham como causa principal o tabagismo e o consumo em excesso de álcool. Agora, têm aumentado a incidência em mulheres e jovens, principalmente na faixa de 20 a 40 anos. Isso se deve ao aumento do consumo de cigarro entre mulheres e, no caso dos mais jovens, associado à infecção por HPV (vírus do papiloma humano). 

 

Incidência

(Número de casos por ano - estimativa do INCA para o triênio 2023/2025)

 

 

O Julho Verde tem apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da União Internacional para o Controle do Câncer. “A campanha Julho Verde foi criada com o objetivo de motivar pessoas em idades com maior prevalência da doença (acima de 40 anos) a realizar exames específicos para detecção precoce da doença, o que aumenta muito as chances de cura”, explica a oncologista clínica Bianca Lastra, do Hospital Ophir Loyola.

 

Diagnóstico tardio - Levantamento realizado pelo Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e à FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), 6 em cada 10 pacientes com câncer de cabeça e pescoço, em média, são diagnosticados em estado avançado da doença, o que significa chances de cura em torno de 40%, enquanto a probabilidade de sucesso quando são detectados tumores precoces pode chegar a 90%.

 

“O diagnóstico tardio, que representa 60% dos casos, no Brasil, além de aumentar os índices de mortalidade, significa que o paciente muito provavelmente terá sequelas”, destaca Bianca Lastra. “O câncer de cabeça e pescoço afeta diversas áreas e funções do corpo humano, como a respiração, fala, deglutição, paladar e olfato. Os sintomas mais frequentes são nódulo persistente no pescoço, lesão na boca que não cicatriza (por mais de 15 dias) e rouquidão por mais de três semanas”, alerta a médica.

 

Fatores de risco - Cigarro, álcool e o vírus HPV estão no topo da lista dos causadores dos cânceres de cabeça e pescoço.

 

Quando o assunto são os cânceres de cabeça e pescoço o perigo que esses dois vilões da nossa saúde (álcool e tabaco) representam – associados - é impressionante. Alguém que fuma e bebe tem chances até 20 vezes maiores de desenvolver algum tipo de câncer em regiões como boca, língua, palato, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide e seios paranasais.  

 

Além de ficar longe do cigarro e bebidas alcoólicas, que são os principais fatores de risco, todos devem lembrar que a higiene bucal é importante na prevenção. O dentista é um profissional com papel fundamental no diagnóstico precoce e deve ser visitado regularmente. O recomendado é procurar um dentista a cada seis meses para fazer profilaxia e avaliar a saúde bucal. O autoexame não deve ser preconizado como método preventivo, havendo o risco de mascarar lesões e retardar o diagnóstico do tumor. No caso do câncer de boca, o papel do cirurgião-dentista é importante porque pode garantir a identificação de lesões pré-cancerígenas ou tumores em fase inicial.

 

Apesar de atingir principalmente fumantes e pessoas que consomem bebidas alcoólicas, é cada vez mais frequente o diagnóstico da doença em indivíduos jovens, sem a exposição a esses fatores, com tumores originados pelo HPV. O Ministério da Saúde estima que cerca de 7% da população brasileira, mesmo sem saber, podem ter o vírus HPV na boca. “Estudos recentes demonstram que a infecção oral pelo HPV é um fator de desenvolvimento do câncer de faringe e de boca. Uma das formas de contágio é por meio da prática do sexo oral sem proteção”, explica a médica Bianca Lastra.