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27/09/2022 | 14h52 - Atualizada em 27/09/2022 | 15h00

Alepa promove palestra sobre a Conscientização do Aneurisma Cerebral

Reportagem: Andrea Santos

Edição: Dina Santos

Na manhã desta terça-feira (27), o Departamento de Bem-Estar Social (DBES) da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) promoveu uma palestra sobre Consciência do Aneurisma Cerebral, pelo neurocirurgião Thiago Dantas Brandão, membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e da Sociedade Brasileira de Neurorradiologia. O encontro ocorreu na sala da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alepa. 

 

Setembro também é Mês da Consciência do Aneurisma Cerebral, tema dos mais relevantes na medicina atual. O aneurisma cerebral é uma dilatação da parede de um vaso cerebral, uma artéria que pode aumentar ao longo dos meses e anos, podendo levar a uma ruptura. Devido gravidade do caso, essas lesões devem ser tratadas assim que diagnosticadas.

O neurocirurgião é o profissional que avalia e define a hora e o tratamento para cada caso. 

O aneurisma cerebral é uma dilatação que se forma na parede enfraquecida de uma artéria do cérebro. A pressão normal do sangue dentro da artéria força essa região menos resistente e dá origem a uma espécie de "bolha", que pode ir crescendo lenta e progressivamente. É uma doença silenciosa, que muitas vezes não apresenta sintomas, mas pode se tornar fatal em caso de rompimento e hemorragia. É uma condição que nem sempre precisa de tratamento, depende muito do seu tamanho e gravidade. Grandes aneurismas cerebrais são mais perigosos, pois modificam suas características ao longo do tempo e podem causar sintomas, devido a pressão que exercem sobre estruturas cerebrais ou nervos. Esses devem ser tratados para evitar uma futura complicação. Neurocirurgiao Thiago Dantas Brandão

"É muito importante ficarmos atentos aos fatores de risco que podem desencadear o aneurisma, como o tabagismo, a hipertensão arterial e o histórico familiar", disse o neurocirurgião Thiago Dantas Brandão. "Muitas vezes, só se descobre o aneurisma quando ele se rompe, havendo sangramento no cérebro ou no espaço subaracnóide (espaço onde circula o líquido que nutre o cérebro), causando o que chamamos de acidente vascular encefálico (AVE) hemorrágico, que pode causar dano cerebral e até morte", complementa o neurocirurgião.

Como forma de prevenção, ele aconselha às pessoas que já tiveram algum familiar com essa doença, principalmente parentes de primeiro grau, a procurarem um especialista para uma investigação mais detalhada. Karla Lobato, Thiago Dantas Brandrão e Alda Dantas

Karla Lobato é diretora do DBES. Ela comenta da necessidade de falar sobre um tema relevante aos servidores da Alepa. "É uma forma de conscientizar nossos colegas de trabalho e, enquanto profissionais de saúde, agrega mais conhecimento acerca do que é, do que causa e de como a gente pode evitar um aneurisma cerebral", disse ela.

Fatores de risco

O tabagismo, a hipertensão arterial e história familiar estão entre os fatores de risco para o aneurisma cerebral, assim como, dislipidemias (aumento nos níveis de colesterol e triglicerídeos), doenças do colágeno e diabetes. A doença se desenvolve com a ruptura do aneurisma e pode ocorrer em qualquer fase da vida, com uma frequência entre pessoas de 35 a 60 anos.

Mulheres tem maior probabilidade de desenvolver aneurismas cerebrais devido a baixos níveis de estrogênio, o que ocorre durante o período da menstruação e se acentua na menopausa. 20% dos pacientes apresentam mais de um aneurisma.

Tratamento

-Tratamento microcirúrgico (cirurgia aberta): para alcançar o aneurisma, os cirurgiões devem fazer uma retirada de um pedaço do osso do crânio, um procedimento cirúrgico chamado craniotomia. O cirurgião então disseca o tecido cerebral e coloca um clipe metálico muito pequeno através do colo ("pescoço") do aneurisma para interromper o fluxo de sangue no seu interior. Depois de clipar o aneurisma, o osso é recolocado no seu lugar original, e a ferida é fechada.

-Tratamento endovascular (minimamente invasivo): o tratamento por embolização dos aneurismas cerebrais começa com a inserção de um cateter na artéria femoral, pela virilha do paciente, promovendo a navegação dele pelos vasos sanguíneos cerebrais até o aneurisma, por visualização de contraste no RX, em uma máquina, chamada de hemodinâmica. Pequeninas molas/espirais de platina são inseridas pelo cateter no interior do aneurisma, bloqueando o fluxo de sangue.

-Stent Desviador de Fluxo: opção mais avançada atualmente onde, também por utilização do cateter, é colocado um stent no vaso onde se encontra o aneurisma, retirando o fluxo no seu interior, promovendo o fechamento da lesão por estagnação do sangue, 'trombosando' no seu interior.