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27/09/2022 | 07h47 - Atualizada em 27/09/2022 | 07h59

Setembro Verde – Mês de Prevenção ao Câncer de Intestino

Reportagem: Dina Santos

Edição: Dina Santos

Prevenção e diagnóstico precoce salvam vidas. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são 41 mil novos casos de câncer de intestino (colorretal) estão previstos para 2022. Na região Norte do País, o Pará é o que apresenta maior incidência, com 560 novos casos previstos para este ano, número bem superior aos demais estados: Acre, 50 novos casos; Amapá, 20; Amazonas, 210; Rondônia, 130; Roraima, 30; Tocantins, 170.

Em todo o mundo, a incidência da doença vem crescendo entre os adultos jovens, mas a incidência é mais comum entre homens e mulheres com mais de 45 anos ou em pessoas que tenham casos na família.

É o caso da cantora Simony, de 46 anos. Em agosto, ela foi diagnosticada com a doença. A cantora procurou um médico após apresentar uma íngua - aumento dos gânglios linfáticos, ou linfonodos - e recebeu a indicação de fazer uma colonoscopia. Com esse exame, ela confirmou o diagnóstico e iniciou o tratamento.

Prevenção - Pensando nisso, o Parlamento Estadual aprovou, em 2020, o Projeto de Lei n 35/2020 que dispõe sobre a Campanha Estadual de Prevenção e Combate do Câncer Colorretal, através do exame "FIT - Teste Imuniquímico para Pesquisa de Sangue Oculto". O mês escolhido para a realização da ação foi março. A autora do projeto de lei é a deputada Diana Belo.

Deputada Diana Belo"A doença se desenvolve no intestino grosso, isto é, no cólon ou em sua porção final, o reto. O principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma. Em 90% dos casos, esse tumor se origina a partir de um pólipo adenomatoso que, ao longo dos anos, sofre alterações progressivas em suas células. Portanto, a principal forma de prevenção do câncer colorretal é o seu rastreamento por exames como colonoscopias, visando à detecção e retiradas dos pólipos antes de se degenerarem em câncer. De acordo com os dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer colorretal é o terceiro mais frequente entre os homens, logo após do câncer de próstata e de pulmão, e o segundo mais incidente nas mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama", diz a justificativa da proposição.

Ainda, segundo o Projeto de lei, o teste de sangue oculto nas fezes é capaz de flagrar esse tumor precocemente. Para isso, basta realizar um exame de rotina, que avalia a presença de sangue oculto nas fezes. Ele é simples, barato, está indicado para todas as pessoas entre 50 e 75 anos e deve ser feito uma vez ao ano. Caso o teste seja positivo, o médico indica um segundo método diagnóstico, a colonoscopia. Por meio de uma tela, o especialista visualiza e diagnostica inflamações, verrugas (pólipos) e até a presença de massas cancerosas. O Projeto já é Lei nº 9.091 de 29 de junho de 2020, publicado no Diário Oficial do Estado no dia 01 de junho.

Diagnóstico - A despeito da possibilidade de prevenção, 85% dos casos de câncer colorretal são diagnosticados em fase avançada, quando a chance de cura é menor.

"Entre os sintomas mais comuns da doença está a alteração do hábito intestinal. Por exemplo: cólica, sangramento durante a defecação, diarreia frequente ou constipação, perda de peso sem explicação e anemia", explica a oncologista Paula Sampaio, do Centro de Tratamento Oncológico. "Entretanto, o paciente também pode não apresentar sintoma nenhum, por isso o check-up é essencial e as chances de cura estão intimamente ligadas ao estágio da doença. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior será a chance de cura", alerta a médica.

Oncologista Amanda GomesFatores de risco - A incidência de câncer de intestino está ligada ao estilo de vida, especialmente aos hábitos alimentares. Ter mais de 50 anos, obeso, se alimentar mal e ser sedentário são características comuns de quem está no grupo de risco para desenvolver esse tipo de câncer. Entre os hábitos que podem influenciar no surgimento da doença estão dieta rica em carne vermelha e alimentos processados, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

Histórico de diabetes tipo 2 e doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e doença de Crohn) são fatores que podem aumentar o risco de aparecimento do câncer de cólon e reto também.

Prevenção – Apesar da alta incidência, o câncer de intestino pode ser evitado. Isso porque a doença tem início a partir de pólipos - uma lesão pequena e não maligna nas paredes do intestino (após os 50 anos de idade, a chance de ter pólipos gira entre 18 e 36%).

Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos. Eles podem ser detectados precocemente através de exames como a pesquisa de sangue oculto nas fezes, endoscopia e colonoscopia, capazes de identificar as lesões com potencial de malignidade e removê-las, evitando um futuro câncer.

Para diminuir as chances de ter câncer de intestino é recomendado adotar uma alimentação rica em frutas e hortaliças; evitar o consumo de alimentos processados e de bebidas alcoólicas, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. Excesso de carne vermelha e alimentos calóricos e/ou gordurosos também aumentam o risco para a doença, assim como sedentarismo, obesidade e tabagismo.

O desenvolvimento de câncer por fatores de hereditariedade representa entre 5% e 10% dos casos.

A recomendação atual da SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia) é de que pessoas sem histórico de câncer de intestino na família procurem o coloproctologista a partir dos 50 anos. Se houver casos na família, esse acompanhamento deve ter início 10 anos antes da idade que tinha aquele familiar quando foi diagnosticado.