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20/09/2022 | 12h20 - Atualizada em 20/09/2022 | 12h25

Deputado apresenta Moção sobre Comunidade Lucas

Reportagem: Andrea Santos

Edição: Dina Santos

Na Sessão Ordinária deste terça feira (20), o deputado Carlos Bordalo apresentou Moção para que seja encaminhada à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social – SEGUP, aos Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho – MPT, para que sejam investigados os líderes religiosos da Comunidade Lucas, nas cidades de Tucuruí e Baião, que supostamente praticaram crimes como trabalho escravo, tortura e violência sexual contra mulheres, crianças e adolescentes.

As denúncias foram mostradas pelo Fantástico, programa da Rede Globo, no último domingo dia 18. Segundo informações, a comunidade possui cerca de 55 moradores, que dividiam-se entre a comunidade em Baião e um bar na cidade de Tucuruí e, desde pequenos, os seguidores eram obrigados a trabalhar com serviços pesados, sob pena de terem a cabeça raspada, incluindo de mulheres e crianças, além de castigos físicos e a obrigação de silêncio duradouro. Segundo relatos das vítimas, os líderes exploravam e mantinham sob guarda, poder e autoridade os trabalhadores e demais moradores, valendo-se do elemento religioso para coagir a cumprirem as ordens, inclusive crianças e adolescentes, sob pena de punições físicas e morais, além de humilhação pública, o que configurava tortura.

Deputado Carlos Bordalo

"Há relatos de crimes sexuais contra crianças, adolescentes e mulheres que desde muito novas engravidavam e eram utilizadas como objeto de premiação ou punição. Os filhos biológicos também eram levados e tinham as mães trocadas, sob a justificativa que as crianças cresçam sem a noção de família, para que permanecessem sempre à disposição como mão de obra de trabalho, em uma grave violação da dignidade da pessoa humana. Os líderes poderiam ainda manter relações poligâmicas", disse o deputado Carlos Bordalo.

Ainda na Tribuna, o parlamentar lembrou o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, celebrado todo dia 21 de setembro. A data foi escolhida devido o início da primavera, estação conhecida pelo aparecimento das flores. Esse fenômeno representaria o nascimento e renovação da luta das pessoas com deficiência. Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei Nº 13.146/15, a pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Deputado Carlos Bordalo

Assim, o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência surgiu como forma de garantir a integralização dessas pessoas na sociedade de maneira igualitária e sem preconceitos.

"Na Assembleia Legislativa já apresentei inúmeras proposições voltadas para a inclusão das pessoas com deficiência, para garantia de igualdade e oportunidades. Existem barreiras de diversas naturezas que afetam significativamente as pessoas com deficiência no acesso aos mais variados ambientes sociais, e por isso essas garantias são fundamentais para continuarem lutando pelos seus direitos e a não aceitarem a exclusão", disse o deputado.