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01/07/2019 | 15h51 - Atualizada em 01/07/2019 | 16h02

Reunião técnica debate políticas para fortalecer a produção audiovisual no Pará

Reportagem: Mara Barcellos

Edição: Dina Santos

A produção de audiovisual e as políticas públicas para fortalecer o seguimento no Pará foram temas de debates de uma reunião na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), nesta segunda (07.07), na Sala Vip.  

O encontro foi proposto pelo deputado Carlos Bordalo, presidente de Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, com o objetivo de ouvir os profissionais que fazem parte da rede de audiovisual no Estado e os órgãos do governo que desenvolvem atividades na área de cultura e de fomento, para discussão de ideias e a partir disso, servir de elementos para compor uma proposta de legislação estadual.

Apesar da crise econômica, o mercado audiovisual regional vem crescendo. O avanço de novas tecnologias favorece a produção e aquece a indústria criativa, gerando emprego e renda. Contudo, a ausência de uma legislação estadual específica para o setor dificulta o processo produtivo e inviabiliza a competitividade com outros centros mais avançados.  

Na ocasião, vários assuntos foram debatidos, tais como a criação de um fundo estadual para financiar a produção, incluindo a cadeia produtiva,  incentivos aos arranjos produtivos de criação, qualificação profissional por meio de cursos, trabalhar políticas de inclusão social de jovens da periferia nos programas de capacitação  e executar políticas de valorização e de fomento aos projetos regionais.

Representando a Secretaria de Estado e Cultura (Secult), esteve presente o diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS), Januário Guedes. Ele reforçou o papel da Secult como órgão importante na execução de políticas públicas para atender as reivindicações do seguimento. “A Secult é fundamental nesse processo. Ela não só deve contribuir, mas executar as políticas públicas culturais para o audiovisual. Mas também tem que ser vista a qualificação da mão de obra para capacitar os profissionais paraenses. Essa deve ser uma política de estado que vai atender as demandas antigas da sociedade civil, dos profissionais e do mercado, de forma que sejam atendidas as suas necessidades”, reiterou.

Para a diretora da TV Cultura (Funtelpa), Vanessa Vasconcelos, uma das propostas é garantir apoio cultural na veiculação do material na TV pública estadual. “Nós temos um acervo enorme produzido, porém, temos dificuldades em exibir essas obras por conta do licenciamento. E nós enfrentamos hoje, uma gestão de poucos recursos, mas gostaríamos de abrir essa grade de veiculação na programação de forma que esse compartilhamento seria  em forma de apoio cultural”, observou.

Sobre as possibilidades de se obter novas oportunidades de políticas públicas para o setor, a professora Lilia Melo, do Tela Cine da Terra Firme, chamou a atenção para a inclusão social de jovens da periferia  no processo de produção e capacitação. “Precisamos de apoio e parcerias para a produção da periferia para que os jovens possam participar e ser inseridos nesse processo para trabalhar a ressignificação da cultura na comunidade”, disse.

O diretor norte do Sindicato e Técnicas da Indústria Audiovisual de Cinema, o cineasta Afonso Galindo, cobrou uma política de remuneração dos profissionais que atuam com audiovisual na região. “É importante que nesse processo de discussão seja necessário construir uma política que estabeleça um piso salarial para a categoria de profissionais que trabalham com produção no Pará”, pontuou.  

Presentes à reunião, assessores dos deputados Igor Normando e da Marinor Brito, que é atual presidente da Comissão de Cultura no Poder Legislativo Estadual, e do senador Paulo Rocha, reafirmaram o compromisso dos parlamentares em destinar emendas para assegurar recursos que viabilizem as necessidades da cadeia produtiva do seguimento.  

Por fim, as deliberações serão apresentadas à Comissão de Direitos Humanos da Alepa, para discussão mais ampla em reunião agendada para acontecer em agosto.