• Item
    ...
Alto Contraste

Notícia

20/02/2019 | 16h39 - Atualizada em 21/08/2019 | 14h30

Mulheres criam bancada Feminina e ganham força e voz na Alepa

Reportagem: Comunicação

Edição: Comunicação

Um dos resultados das últimas eleições é que o número de mulheres eleitas na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) cresceu. Até o ano passado, eram apenas três deputadas. Para a 19ª Legislatura (2019/2023), foram eleitas 10 deputadas. Se depender da disposição das parlamentares, na Alepa as mulheres terão voz e voto. Nesta quarta-feira (20.02), elas fizeram a primeira reunião da Bancada Feminina.

Juntas, elas representam 25% do parlamento paraense, um número significativo e que pode dar uma vantagem importante na votação e aprovação de projetos de interesse das mulheres. “Pela primeira vez, temos esse número expressivo de parlamentares mulheres e não fomos eleitas pela nossa beleza, mas para debater e votar nossa pauta, que é muito reprimida”, falou a deputada Marinor Brito, autora da iniciativa. “O parlamento ainda é um ambiente muito masculino, todas nós vamos sentir no dia a dia o atropelamento dos homens pelos seus interesses. Se não imprimirmos desde o início uma dinâmica de trabalho, com pautas comuns e rotinas de atuação, não teremos o respeito enquanto mulheres eleitas”, avalia Marinor.

Nesta primeira reunião, cinco deputadas participaram. Outras cinco justificaram a ausência por estarem fora de Belém, mas acompanharam as discussões por aplicativos de mensagens.

Entre as deliberações iniciais, as integrantes da nova bancada estabeleceram um pacto de colaboração e apoio mútuos, em que projetos, ações e atividades relacionadas à defesa dos direitos das mulheres serão feitos em conjunto e endossados por todas.

E propostas não faltam, desde a criação de uma Ouvidoria, de uma Procuradoria e de uma Frente Parlamentar das Mulheres, até a mobilização em defesa de políticas públicas voltadas para os interesses femininos, principalmente nas áreas de combate à violência e pela saúde das mulheres.

“Mais do que falarmos entre nós do que precisamos, temos que alcançar os homens com as mudanças que são necessárias para que os avanços aconteçam de fato”, ressaltou a deputada Heloísa Guimarães. Já a deputada Paula Gomes destacou a concentração de esforços em uma pauta definida. “Precisamos manter o foco nos temas mais relevantes para não nos dispersarmos em tantos aspectos. Só assim, teremos de fato ações efetivas na aprovação de políticas públicas”, disse a deputada.

“O importante é que, mesmo sendo de partidos e ideologias diferentes, possamos sempre dialogar e resolver as divergências para termos uma posição final forte e unida. Com a experiência de cada uma, poderemos fortalecer a luta pelas mulheres”, complementou a deputada Michele Begot.

Mês da Mulher – A criação da Bancada Feminina da Alepa  já tem previsão das primeiras atividades em março. A Assembleia Legislativa vai realizar no dia 11 de março a Sessão Solene em alusão ao Dia Internacional de Luta da Mulher (comemorado em 8 de março), e no dia 15, será realizada uma audiência pública sobre a violência contra a mulher. “Vamos marcar nossas posições e abrir espaço em nossos mandatos para defender as bandeiras de luta femininas na política. Minha experiência na Câmara de Vereadores de Ananindeua já foi uma amostra das dificuldades, temos que ter um mandato de resistência pelas mulheres”, afirma a parlamentar Professora Nilse. “Nossa atuação no parlamento  e na Bancada Feminina será fundamental para o empoderamento feminino e para a defesa de direitos das mulheres”, conclui a deputada.

A próxima reunião da Bancada Feminina foi marcada para após o carnaval.