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29/10/2020 | 18h02 - Atualizada em 30/10/2020 | 09h29

Comissão em Defesa da 1° Infância, Criança e Adolescente da Alepa fala sobre o projeto Eco

Reportagem: Andrea Santos

Edição: Dina Santos

Realizada na manhã desta quinta-feira (29) no auditório João Batista, na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), uma reunião sobre o projeto "ECO- o seu canal direto com o ECA", com a Comissão Permanente em Defesa da Primeira Infância, Criança e Adolescente da ALEPA, sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). 

O projeto ECO - o seu canal direto com o ECA" diz que a Defensoria Pública do Pará,  através do Núcleo de Atendimento Especializado da Criança e do Adolescente  - NAECA, é uma ferramenta de educação em direitos voltados à uma sociedade que seja consciente sobre a infância e juventude.

O projeto foi iniciado em 2019, pautado na interdisciplinaridade e busca familiarizar a população com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e narra também o direito ao lazer, dever e cuidado, preservação ambiental,  identidade ribeirinha, cultura de paz, direito ao respeito, prevenção à gravidez precoce na adolescência e pessoas com transtorno do espectro autista  (TEA), com foco na educação. 

 

A deputada Professora Nilse Pinheiro, presidente da Comissão Permanente em Defesa da Primeira Infância, Criança e Adolescente da Alepa, abriu os trabalhos e disse que "Essa é nossa terceira reunião da Comissão e hoje, especificamente, falamos sobre a garantia de direitos da pessoa com o transtorno do espectro do autismo (TEA)", explicou. "Tratamos de um projeto que, em parceria com a Defensoria Pública, garantirá mais serviços aos que necessitam de atendimento. Os projetos da Comissão se dão junto com instituições que tenham o papel de acompanhar as políticas públicas no Estado", disse.

Idealizadora do projeto "ECO- o seu canal direto com o ECA", a defensora pública da infância e da juventude, Dra. Kassandra Campos, o projeto visa "ecoar as falas, a busca pelo fortalecimento da rede de proteção da criança e adolescente. Umas das principais demandas que se ouviu nesta reunião foi a capacitação e esse será um dos nossos encaminhamentos após o térmico desse encontro", garantiu.

"O município de Marituba, por meio de capacitação, tem consideráveis avanços no que se refere ao espectro do autismo (TEA). Buscamos profissionais capacitados para atender a todos que precisam de uma ajuda especial e, no que diz respeito ao autismo temos a ecoterapia, onde há uma resposta incrível para os autistas", comentou a deputada Michelle Begot, vice-presidente da Comissão Permanente em Defesa da Primeira Infância, Criança e Adolescente da Alepa. 

 

Nayara Barbalho, Coordenadora Estadual de Políticas para o Autismo falou da parceria das instituições que visam a defesa dos direitos dos autistas. "A parceria entre o Poder Legislativo, Defensoria Pública e demais entidades faz com que a garantia de direitos dos autistas possam sair do papel e colocadas em práticas. Este ano o governo do Estado sancionou a Lei 9.061, que mostra de fato os objetivos de execução da política pública para os autistas. Temos uma parceria com a Escola de Governo uma parceria que leva capacitação para as 13 regionais de saúde do Estado do Pará", afirmou.

A psicóloga, Jacqueline Guimarães disse que o diagnóstico de pessoas com transtorno do espectro autista dever ser feito precocemente. "Caso seja detectado logo, em uma criança portadora de autismo, imediatamente ela deve ser conduzida ao tratamento adequado, mas isso só pode ser realizado por um profissional qualificado. É necessário mais capacitação. Estamos no caminho certo, é inspirador o trabalho da coordenação estadual de políticas para o autismo, mas vamos ajudar mais no diagnóstico precoce", disse. 

 

Mãe de uma criança com transtorno do espectro autista, a pedagoga Noah Chiaveneto, disse que " Os filhos crescem e não tem mais atendimento em escolas para eles, essa é a realidade, infelizmente, não só em nosso estado, mas em muitos. Desde a educação infantil, a criança com autismo não tem o atendimento adequado por falta de capacitação dos profissionais. Precisamos de cursos e recursos para trabalhar para este público. Há coordenadores que não sabem cobrar professores, isso se dá pela falta de capacitação. São de quatro a cinco horas que as crianças com autismo passam dentro de um ambiente escolar e, na maioria das vezes, esse local não está adequado", relatou.

Autismo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) trata-se de uma sequência de condições que levam ao comprometimento das competências sociais do indivíduo. Não há um autismo, mas muitos tipos, causados por diferentes combinações de influências genéticas e ambientais. O termo "espectro" reflete a ampla variação nos desafios e pontos fortes possuídos por cada pessoa com autismo. 

 

Os sinais mais óbvios do Transtorno do Espectro Autista tendem a aparecer entre 2 e 3 anos de idade. Em alguns casos, ele pode ser diagnosticado por volta dos 18 meses. Alguns atrasos no desenvolvimento associados ao autismo podem ser identificados e abordados ainda mais cedo. Recomenda-se que os pais com preocupações busquem uma avaliação sem demora, uma vez que a intervenção precoce pode melhorar os resultados. Um por cento da população mundial tem Transtorno de Espectro Autista - TEA, mais de dois milhões de pessoas no Brasil. O transtorno é mais frequente entre os meninos, na proporção de 4 para uma menina.