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04/10/2019 | 17h53 - Atualizada em 05/10/2019 | 10h27

Prevenção à depressão, automutilação e ao suicídio foi tema de audiência pública

Reportagem: Carlos Boução

Edição: Dina Santos

A prevenção da depressão, da automutilação e do suicídio foi o tema de uma Audiência Pública realizada nesta quinta (04.10), no plenário João Batista, presidida pela deputada Ana Cunha (PSDB), autora da solicitação.

Ana Cunha, além de parlamentar, foi secretária de Estado de Assistência Social, Trabalho Emprego e Renda - SEASTER do Pará. É médica ginecologista e obstetra, e presidente da secretaria de Inclusão Social da União Nacional de Legisladores e Legislativos Estaduais - UNALE.

No Pará, foram registradas 301 mortes no ano de 2018 por lesão, como enforcamento, uso de objetos cortantes, explosivos e armas brancas e de fogo, segundo os dados da SESPA.

Conforme levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio representa atualmente cerca de 1,4% das mortes em todo o mundo, sendo a segunda principal causa de óbitos entre os jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, estima-se que entre cinco e nove mortes em um grupo de 100 mil habitantes, ocorridas 2018, tenham tido como causa o suicídio.

Ainda de acordo com a OMS, a cada adulto que comete suicídio, ao menos outros 20 atentam contra a própria vida ou alimentam intenções nesse sentido.

Para a deputada Ana Cunha, a depressão e o suicídio já pode ser considerados uma pandemia - enfermidade epidêmica amplamente disseminada.

No início da reunião, a deputada pediu aos palestrantes sugestões para a elaboração de um plano nacional de enfrentamento ao problema. O tema é pauta da UNALE em todo o país, e comunicou também a aprovação em Comissão de seu projeto tornando obrigatório o registro de pacientes que tenham sido atendidos nas Unidades de Saúde, nas escolas e no Conselho Tutelar.
"É preciso que nos unamos em uma só força e uma só bandeira de acolher e de minimizar a dor daquele que sequer consegue expressar sua dor e quando expressa, já está em uma fase de muita dor", conclamou a deputada.

A parlamentar explicou ainda que a audiência foi convocada para dar conhecimento, compreender as ações estratégicas, protocolos e fluxos no âmbito da prevenção à depressão, automutilação e suicídio nas redes de atendimento público e privados.

Uma das intervenções que mais marcou a plateia foi a de um aluno de 19 anos, da rede pública estadual de ensino, que em detalhes, falou da tribuna sobre o seu problema emocional. "Eu queria transportar a dor que eu sentia em minha alma para o meu corpo", falando de um processo de auto mutilação ao qual se submeteu com cacos de vidro, devido a uma crise de isolamento, perseguição e depressão. "Uma dor que não sei explicar", falou, deixando os componentes da mesa e o público presente surpresos.

No final da audiência, foram pactuadas algumas propostas para atuação na área de prevenção à depressão, automutilação e suicídio. Foi indicada a criação de um Grupo de Trabalho composto pelos representantes dos órgãos e instituições públicas presentes e ainda a Frente Parlamentar a Vida e a Família.

Foi observada ainda a necessidade de envolvimento das Unidade da Saúde, de Assistência Social, Escolas e Entidades diversas interessadas, da revisão do Plano de Ação Estadual de Prevenção à Doença e suas consequências, realização de encontros regionais sobre o tema e a formação permanente e continua de trabalhadores e multiplicadores das redes de serviços públicos e privados.

Participaram da audiência na mesa coordenadora dos trabalhos: Kelly Albuquerque, coordenadora Estadual de Saúde Mental da SESPA; Giovana Costa, coordenadora de Ações Educacionais Complementares da SEDUC; Juliana Cunha, coordenadora de Referência Técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, da SESMA de Belém; Alessandra Damasceno da Silva, da prefeitura de Barcarena; Fernanda Neta, do Conselho de Psicologia-10ª Região; Milene Xavier Veloso, da Faculdade de Psicologia da UFPa; Sol, do Centro de Valorização da Vida – CVV; Paulo Fernando Macieira, coordenador do Centro de Atendimento Psicossocial – CAPS I, de Santo Antônio do Tauá; Capitão Yuri Melo, da coordenadoria do Centro de Psicologia da Polícia Militar; Major Simone Francesa, comandante da Companhia de Policiamento Escolar e o Major do Corpo de Bombeiros César Alberto.