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17/09/2019 | 14h14 - Atualizada em 20/09/2019 | 13h16

Programação na ALEPA valoriza a vida com serviços de atendimento psicossocial

Reportagem: Carlos Boução

Edição: Syanne Neno

Nesta terça-feira,17 de setembro, foi realizado o Dia de Valorização da Vida dentro do Poder Legislativo com uma programação voltada aos servidores e ao público que frequentam as dependências da Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Todos foram recebidos no Hall de entrada do prédio com um abraço e um sorriso pelos profissionais do Departamento de Bem Estar Social – DEBES /ALEPA.


Os servidores se dirigiam a todos com a frase da campanha: 'Você é o amor da vida de alguém'. Um adesivo com esses dizeres era colado no peito de cada um após o abraço. Um banner identificando a ação e balões amarelos foram usados ainda para chamar as pessoas na abordagem.


A programação faz parte da campanha nacional da União Nacional dos Legislativos e Legisladores Estaduais (UNALE), da qual a Assembleia do Pará e os deputados estão filiados, e que este ano entrou na luta pela prevenção ao suicídio e à automutilação. O Dia de Valorização da Vida integra a campanha nacional em defesa da vida, lançada em 2015, o Setembro Amarelo, que é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida, do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria.


Para Karla Lobato, psicóloga e diretora do DEBES, a ação teve uma repercussão muito significativa. "Foi uma ação simples com um custo quase irrisório e a gente percebeu que despertou algo nas pessoas, que emocionou a todos, elas próprias e a gente que está participando da ação", considerou.


"O nosso objetivo quando decidimos realizar esta programação foi o de estimular a reflexão sobre a importância da vida e no que as pessoas podem fazer pra vida de alguém e acho que foi cumprido", explicou.


A diretora do DEBES relatou ainda que as pessoas disseram depois das explicações formuladas que elas pensaram em seus familiares. "As pessoas param para pensar sobre a importância da vida. Eu escutei: "ah eu pensei no meu neto, ah eu pensei no meu filho. E esse depoimento não tem preço, tem valor", avaliou.

O DEBES realiza regularmente o atendimento aos servidores e às pessoas da comunidade, encaminhadas pelo gabinete dos deputados. "Quando somos procurados é porque alguma coisa está ocorrendo, alguma coisa está mexendo com ele, então a gente procura acolher esse indivíduo da melhor forma possível", explicou Francy Martins, psicóloga do DEBES. Ela informa ainda que após o acolhimento e a pessoa começar a contar sobre sua dor ou motivação para aquela situação, é desenvolvido todo um processo de acompanhamento e prevenção.

"A depressão é uma situação difícil de diagnosticar, porque você vê a pessoa e ela está sorrindo, ela está desenvolvendo um trabalho. E não sabemos o que acontece no seu íntimo, porque a depressão não é igual a uma febre, não é uma dor de cabeça em que a pessoa chega e pede um remédio. É uma angustia que a pessoa sente, é uma dor muito grande e às vezes a pessoa não sabe lidar com isso e não sabe contar para o outro porque tem vergonha", ressaltou.


Para a psicóloga a discussão sobre saúde mental ainda é acompanhada de muito preconceito na sociedade e daí a importância de debates públicos, principalmente em escolas. "Muitos dizem ainda que é coisa de louco, que é falta de Deus, que é falta de fé, e não é". Para ela, é preciso um olhar diferenciado, principalmente da família que tem o contato maior com a pessoa, porque ela vai demonstrar em algum momento o problema, mudanças de hábitos e dos seus comportamentos.


O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde um problema de saúde pública. Entre 2007 e 2016, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) registrou 106.374 óbitos por suicídio. Os dados informam que, em média, são quase 11 mil mortes por ano, 32 por dia, um suicídio a cada 45 minutos, mesmo período no qual três tentaram se matar sem sucesso.