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17/09/2019 | 08h33 - Atualizada em 17/09/2019 | 08h53

Alepa realiza Dia de Valorização da Vida

Reportagem: Carlos Boução

Edição: Dina Santos

O Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio, tem nesta terça-feira (17.09), na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, o Dia de Valorização da Vida, coordenado pela Departamento de Bem Estar Social – DEBES /ALEPA.


No Hall de entrada do Palácio Cabanagem serão disponibilizados os serviços com a equipe de psicologia, serviço social e de enfermagem. "Estaremos prestando esclarecimentos sobre a importância da saúde mental, alertando sobre a depressão, sinais, sintomas e prevenção ao suicídio", informou a psicóloga Carla Lobato, coordenadora do DEBES. Adesivos e balões amarelos farão alusão ao tema.


A programação faz parte da campanha nacional da União Nacional dos Legislativos e Legisladores Estaduais (UNALE), que este ano entrou na luta pela prevenção ao suicídio e à automutilação, somando-se à campanha nacional em defesa da vida, lançada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) e adotada em todo o país.


O CVV é uma das ONGs mais antigas do país, fundada em 1962, filiada à Associação Internacional para prevenção do Suicídio (IASP). A ONG estimula a divulgação da causa e criou, ao lado da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, comemorado no dia 10 de setembro.


O DEBES realiza regularmente o atendimento aos servidores e às pessoas da comunidade encaminhadas pelos gabinetes dos deputados. "Quando somos procurados, é porque alguma coisa está ocorrendo, alguma coisa está mexendo com ele, então a gente procura acolher esse indivíduo da melhor forma possível", explicou Francy Martins, psicóloga do DEBES. Ela informa ainda que após o acolhimento e a pessoa falar sobre sua dor ou motivação para aquela situação, é desenvolvido todo um processo de acompanhamento e prevenção.


"Eu atendi um jovem de 20 anos que estava em conflito com a namorada e tentou o suicídio por não saber lidar com aquele problema. Ele achava que não conseguiria outra namorada, então ele fixou muito só naquele problema que ele estava passando", relatou Martins sobre alguns atendimentos que realizou. Para ela, o que mais chama atenção para o caso do suicídio é a depressão. "Porque hoje o ser humano vive uma insatisfação muito grande e muitos não sabem lidar com a situação, com os conflitos", avalia.


"A depressão é uma situação difícil de diagnosticar, porque você vê a pessoa e ela está sorrindo, ela está desenvolvendo um trabalho. E não sabemos o que acontece no seu íntimo, porque a depressão não é igual a uma febre, não é uma dor de cabeça, que a pessoa chega e pede um remédio. É uma angustia que a pessoa sente, é uma dor muito grande e às vezes a pessoa não sabe lidar com isso e não sabe contar para o outro porque tem vergonha", avalia Martins.


Para ela a discussão sobre saúde mental ainda é acompanhada de muito preconceito na sociedade e daí a importância de debates públicos, principalmente em escolas. "Muitos dizem ainda que é coisa de louco, que é falta de Deus, que é falta de fé, e não é". Para a psicóloga, é preciso um olhar diferenciado, principalmente da família que tem o contato maior com a pessoa, porque ela vai demonstrar em algum momento o problema, mudanças de hábitos e dos seus comportamentos.


O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde um problema de saúde pública. Entre 2007 e 2016, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) registrou 106.374 óbitos por suicídio. Os dados  informam que, em média, são quase 11 mil mortes por ano, 32 por dia, um suicídio a cada 45 minutos, mesmo período no qual três tentaram se matar sem sucesso.