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13/08/2019 | 15h56 - Atualizada em 13/08/2019 | 16h01

Projeto Horta Escolar é apresentado em Sessão Especial na Alepa

Reportagem: Dina Santos

Edição: Syanne Neno

Quanto conhecimento cabe em um canteiro de hortaliças? A partir de agora, estudantes de 31 escolas da rede estadual, em 18 municípios das regiões Metropolitana e Nordeste do Estado vão descobrir a resposta na prática. O projeto Horta Escolar foi apresentado nesta terça-feira (13/08), no auditório João Batista, da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, durante a Sessão Especial promovida pela deputada Renilce Nicodemos.

O projeto Já foi aprovado na Alepa e tem como objetivo levar a cada integrante das escolas estaduais a sensibilização e a importância de desenvolver atividades agrícolas com melhora na consciência cívica e ambiental, criando um futuro com soluções para a escola. As hortas escolares servirão de modelo para outras escolas beneficiadas. "Eu vim do interior, de Marapanim, e me alimentava da merenda escolar. Hoje vemos que os alimentos têm muitos agrotóxicos, que fazem mal. Eu pensei que nós, que somos ricos em recursos naturais, pudéssemos produzir produtos orgânicos com o que nossas crianças mesmas vão cultivar", destaca a deputada Renilce. "Os estudantes terão a responsabilidade de cuidar e cultivar a horta, e o que for produzido vai direto para a cozinha da escola. Assim, os alunos terão uma alimentação diferenciada com o que eles mesmos vão produzir", avalia ela.

Para isso, o projeto já conta com o suporte da Emater-Pa, que disponibilizou o apoio técnico para execução dos trabalhos e uma parceria para criar o Programa Agricultura Educacional. "Esse projeto é fundamental porque vai produzir alimentos para a própria escola e vai envolver todo os professores e alunos, todos vão se beneficiar com a alimentação e com todo o trabalho de produção. Tem a função maior de educar nossos estudantes", explica o diretor técnico da Emater-Pa, Rosival Possidônio.

Outro aspecto positivo do projeto é a qualidade alimentar dos estudantes, pois as hortaliças cultivadas serão orgânicas, sem agrotóxicos, como explica a nutricionista Roberta Viana. "Vamos ensinar aquilo que damos em sala de aula, vamos ensinar na prática e ainda teremos alimentos mais saudáveis. A participação dos estudantes no cultivo também vai ser um estímulo para trazer mais qualidade de vida para essa comunidade", avalia ela.

Um dos municípios beneficiados é São Francisco do Pará, no Nordeste do Estado, com cerca de 15 mil habitantes, e uma forte participação da agricultura na economia do município. O prefeito Marcos Cézar Silva é professor na escola que sediará a primeira horta escolar de São Francisco. "Acredito que nós, que somos de um município agrícola, vamos poder contextualizar a prática e a teoria, levar para o dia a dia a teoria de sala de aula de todas as disciplinas, pois tudo é possível abordar a partir de uma horta escolar: matemática, história, geografia, e trazer isso para a rotina dos nossos alunos", ressalta o prefeito. "A maioria dos nossos alunos é formada por produtores agrícolas ou vem de famílias que trabalham com a agricultura, e eles mesmos se predispõem a participar e fazer o manejo da produção. É uma oportunidade única para eles verem sua atividade por outra ótica, de forma mais pedagógica, com um novo olhar sobre o que ele já vive no dia a dia, na prática e em sua sociedade", comemora.

A utilização de espaços disponíveis das escolas de acordo com o projeto deve contribuir decisivamente em benefícios diretos a todas as pessoas que nela estudam ou trabalham, tornando a escola mais eficiente e modelo para as demandas dos municípios. A ideia é que o projeto atinja todas as regiões do Pará.